Implantes e Cirurgia Oral

IMPLANTES

Nos últimos anos, a Implantologia foi a especialidade da Medicina Dentária que sofreu os maiores avanços técnicos e científicos e é também um dos tratamentos mais procuradas pela sua crescente fiabilidade.

 

 

Os Implantes consistem na substituição do dente natural através da colocação de uma “raiz artificial” em titânio. Esta raiz permite suportar um novo dente (coroa). Este processo tem duas fases. Na primeira procede-se à colocação do Implante propriamente dito (que corresponde à raiz do novo dente). Na segunda fase, após a osteo-integração do Implante (correcta aceitação e integração do implante por parte do osso), que dura cerca de 3 a 4 meses, é colocada a coroa sobre o referido implante. Os Implantes permitem obter a substituição de um ou mais dentes, bem como de todos os dentes, sendo a sua colocação indolor. A colocação dos implantes demora, na maioria dos casos, entre 15 a 60 minutos, dependendo do número de implantes a colocar por sessão e do caso em concreto. Os Implantes são seguros e fiáveis, sendo idênticos aos dentes naturais em termos estéticos e de conforto. São também chamados a “3ª geração” da dentição.

 

 

Após algumas semanas,  o osso da pessoa une-se ao Implante (osteointegração ou osseointegração),  formando uma estrutura única, sendo por isto chamados  Implantes Osteointegrados.
A osteointegração é a união estável e funcional entre o osso e uma superfície de titânio. Este fenómeno ocorre após a inserção do Implante dentro do osso e da migração das células ósseas para a sua superfície.
Este conceito de Osteointegração foi introduzido na década de 1960 por Per-Ingvar Brånemark. Envolve a ancoragem de um implante pela formação de tecido ósseo à volta do Implante, sem crescimento de tecido fibroso na interface osso-implante.
Após a colocação, os Implantes permanecem no osso, em repouso, por um período que varia de 3 a 4 meses, para que ocorra o fenómeno biológico da osteointegração (união direta do osso ao titânio), após o qual os Implantes são “destapados” e uma prótese dentária é conectada ao implante por meio de uma parte secundária denominada “abutment” ou pilar.

 

 

Depois de colocados os implantes quanto tempo tenho que esperar para ter os meus dentes novos?
O protocolo que foi originalmente desenvolvido diz claramente que devemos esperar quatro meses para implantes colocados na mandíbula (maxilar inferior) e seis meses na maxila (superior). Recentemente, pesquisas têm sido feitas com a finalidade de diminuir o tempo de espera para a instalação da prótese e já é possível diminuir esse tempo de espera ou, nalguns casos, colocar o dente no próprio dia do implante.

 

 

Existe perigo de “rejeição”?
A taxa de sucesso dos implantes osteointegráveis é alta, havendo diversos estudos científicos comprovando a sua eficácia mesmo após muitos anos em função mastigatória. Existe, porém, uma possibilidade pequena de perda do Implante (não ocorrência da osseointegração), em torno de 2 a 5% dos casos, normalmente logo após o período de repouso pós-implantação. Nesses casos o Implante é removido facilmente, podendo um novo implante ser recolocado no local.

 

 

Prótese:
Após o período de cicatrização dos Implantes inicia-se a confecção das próteses que são as substituições das coroas dos dentes que foram perdidos. A prótese é uma replica de um dente natural e será aparafusada no Implante.

 

 

Existem dois tipos de Prótese sobre Implantes: 1) Fixas ou 2) Removíveis.

1) Próteses fixas sobre Implantes são feitas para que não sejam mais removidas, ou removidas apenas pelo médico (aparafusadas ou cimentadas). Sistema utilizado para casos unitários, múltiplos ou totais.

 

2) Próteses removíveis sobre Implantes deverão sempre ser removidas pelo paciente para higienização. Estas últimas são presas aos Implantes através de attachments ou encaixes, que servem para reter as próteses durante o seu uso. Sistema utilizado só para próteses totais (Sobredentadura ou Overdenture).

 

Após uma extracção dentária, o osso alveolar que suportava o dente, sofre uma reabsorção que aumenta com o tempo. Essa reabsorção pode ser tão acentuada que impossibilite posteriormente a colocação do Implante por “falta de osso”. Por essa razão sempre que se sofre uma perda dentária esta deverá ser restabelecida no mais curto espaço de tempo, também para evitar as alterações de posição dos dentes remanescentes que tenderão a deslocar-se.
Quando se perdem muitos dentes todo o osso desse maxilar sofre uma atrofia generalizada comprometendo a estética facial e levando ao envelhecimento precoce.
Com os Implantes colocados, o mais breve possível após a extração dentária, este problema é resolvido evitando-se a perda do tecido ósseo de suporte.

Osso mandibular, imediatamente após extracções dentárias e anos depois, completamente reabsorvido.

Os Implantes dentários são a opção ideal para quem deseja repor alguns, ou mesmo todos os dentes.

Substituição de um molar.

Substituição de todos os dentes.

Estatísticas indicam que mais de 500 mil Implantes dentários são realizados no mundo anualmente, e as taxas de sucesso são de aproximadamente 95 a 100%.

 

 

Quanto tempo dura um Implante ?
Teoricamente, um implante dura para sempre, desde que o paciente:
1 – tenha boa qualidade e quantidade óssea maxilar;
2 – tenha boa capacidade de cicatrização e regeneração;
3 – não tenha hábitos parafuncionais, tipo bruxismo;
4 – não seja fumador;
5 – e o mais importante: que o paciente mantenha excelente higiene oral, à volta dos Implantes, mantendo polida a transição entre a coroa e o Implante.

 

 

Benefício dos Implantes:
O benefício mais óbvio é na melhoria instantânea da capacidade mastigatória e da função.
Está demonstrado que pessoas com dentaduras mastigam apenas com 20% da força que teriam com os seus dentes naturais, ao passo que pessoas com Implantes podem mastigar com 85% a 95% da força que teriam com os seus próprios dentes.
Mas existem muitos outros benefícios. Um problema comum em quem usa dentaduras é a falta de estabilidade (particularmente das próteses inferiores). Elas ficam equilibradas entre a língua, os músculos e os lábios. Ninguém imagina o sofrimento para estas pessoas.
A insegurança resultante da perda dos dentes naturais pode ser eliminada utilizando os Implantes.
Para muitas pessoas o verdadeiro desconforto é ter que usar uma prótese removível. Os Implantes podem resolver esta questão também.
Qualquer pessoa que usa dentaduras sabe o quanto os dentes são importantes. A gengiva e o osso alveolar servem como suporte dos lábios e das bochechas e da parte inferior da face. A perda dessas importantes estruturas dá uma aparência de envelhecimento prematuro e isto em muitas pessoas causa angústia e perda da auto-estima.
As próteses implanto-suportadas podem retardar o processo de envelhecimento e melhorar a auto-estima.
Os benefícios funcionais são óbvios, mas para muitas pessoas, os benefícios estéticos e emocionais são mais importantes, ou mais importante que os demais.

 

 

Dói para colocar os implantes?
Não. Habitualmente os pacientes surpreendem-se e dizem que esperavam que fosse pior. Além disso, psicológicamente é mais reconfortante para o paciente porque sente que vai ser reabilitado, vai ganhar alguma coisa (ao contrário do que se passa quando o paciente vai fazer uma extracção dentária).
Obviamente trata-se de um procedimento cirúrgico pelo que há regras e um protocolo a seguir.

 

 

A perda dos dentes e o factor emocional:
Para os seres humanos os dentes significam símbolo de força, de agressão, de afirmação, de atitude activa e por isso perdê-los pode causar insegurança e ansiedade. Portanto os dentes auxiliam na ampliação do conceito “EU”.
O nascimento dos dentes é importante na organização psíquica e a sua perda poderá ter consequências desfavoráveis para a vida emocional do indivíduo.
A auto-estima do indivíduo está directamente relacionada à auto-imagem, que tem de si e a imagem ideal que a sociedade impõe. Nesta sociedade o sorriso anuncia bem-estar, alegria, segurança, satisfação em relação a si e aos outros.
A inibição do sorriso tem consequências, diminui a auto-estima, impede a demonstração da alegria e do acolhimento, prejudicando o convívio social.

Em termos funcionais, a perda dos dentes resulta no desequilíbrio da função mastigatória, deglutição, fala e estética.
A reposição dos dentes por meio de Implantes visa um retorno à aparência, à estética e à função. Visa a superação da falha corporal, um recurso de volta à imagem que tinha e queria continuar tendo.

Para conseguir Implantes saudáveis, com bons resultados estéticos e funcionais, a qualidade óssea é fundamental, ou seja, é necessário que o osso da arcada dentária dê suporte ou sustentação para a colocação do Implante.
Experiências na área de tratamento das gengivas têm mostrado que os fumadores, principalmente os que fumam em excesso, têm uma reabsorção maior, desde que tenham doença periodontal.
Fumar provoca uma vasoconstrição periférica, o que pode afectar os primeiros estágios da cicatrização, período importante em que o Implante deve permanecer inerte e protegido, justamente para que haja uma boa cicatrização dos tecidos moles (gengiva). Além disso, fumar eleva a temperatura que, junto com o fumo, irrita os tecidos que estão a cicatrizar.

 

 

A higiene é assim tão importante?
Estudos estatísticos apontam que, dentre os poucos casos de insucesso de implantes, a esmagadora maioria é causada por falta de cuidados higiénicos adequados e a consequente formação de placa microbiana entre as raízes artificiais (Implantes) e as gengivas dando origem à “Periimplantite” (caracteriza-se pela inflamação da gengiva ao redor dos implantes, sangramento, supuração e rápida perda óssea).

Como devo cuidar dos implantes após o tratamento? Podem existir complicações relacionadas aos implantes?
Os implantes, assim como os dentes naturais e gengivas, têm de ser muito bem limpos, utilizando-se os dispositivos habituais: fio dental, irrigador oral (hidrojacto), escovilhão e escova.
A principal complicação biológica é a Periimplantite (doença que acomete o osso e a gengiva ao redor do implante).
As complicações biomecânicas mais frequentes são a fractura ou o afrouxamento dos pequenos parafusos que unem a Prótese ao Implante. Os materiais dentários (como quaisquer outros) estão sujeitos ao desgaste e à fadiga pelo que necessitam cuidados de manutenção.
Fracturas de implantes podem ocorrer, embora sejam muito raras.
O mais importante é a higiene oral diária e as consultas regulares de manutenção para prevenir,  diagnosticar e tratar precocemente qualquer alteração.

Cirurgia Oral

É a área da Medicina Dentária que se dedica ao diagnóstico e tratamento cirúrgico de certas doenças/problemas da região oral e maxilo-facial.

Na área cirurgica, os actos mais frequentes são: extracção dentária, extracção de dente incluso (dente que não fez a sua erupção normal tendo ficado retido no osso maxilar), enucleação de quisto apical, apicectomia, exposição de coroa dentária para tracção ortodontica, desinserção e alongamento do freio labial ou lingual, biópsia incisional ou excisional de lesões dos tecidos duros ou moles da cavidade oral. Estes actos cirúrgicos são executados sob anestesia local, no entanto há situações mais complexas que necessitam a utilização anestesia geral em Bloco Operatório.

 

 

Dente do Siso

Os terceiros molares ou “dentes do siso”, em número de quatro, erupcionam normalmente depois dos 18 anos. Nalguns casos e por variadas razões (falta de espaço, má posição, alteração da morfologia do dente, etc) podem não erupcionar, ficando retidos total ou parcialmente no osso maxilar, provocando eventualmente alguns problemas: pericoronarite, cárie no dente adjacente, degeneração da membrana envolvente do dente e formação de quistos ou tumores odontogénicos. Cárie no dente adjacente ao siso, por retenção alimentar e difícil higienização. Dente do siso com degeneração da sua membrana envolvente, comprimindo o nervo. Está comprovado que focos de infecção na cavidade oral e em dentes do siso prejudicam o desempenho de atletas amadores e profissionais, bem como a saúde e qualidade de vida da população em geral.

Lembre-se: “A sua saúde geral depende de sua saúde oral”.

 

 

Cirurgia corretiva dos maxilares (Cirurgia Ortognática)

Trata-se de uma cirurgia maxilar maior que exige anestesia geral, no Bloco Operatório.

Uma face assimétrica com mau alinhamento dos maxilares (deformidade dentofacial) pode ocasionar transtornos de mastigação, da fala, dores faciais, dores na ATM e estalos articulares, comprometendo também a parte estética.
A cirurgia ortognática repondo cirurgicamente os maxilares, oferece benefícios estéticos e fisiológicos e promove a mastigação, respiração e fala normais, melhorando a auto-estima. A cirurgia ortognática é sempre planeada em conjunto com o Ortodontista, que fará o alinhamento dentário para que, durante a cirurgia de correção dos maxilares, os dentes se encaixem perfeitamente.

As deformidades dentofaciais mais frequentes são: prognatismo, micrognatismo, sorriso gengival (mostra muito a gengiva quando sorri), mordida aberta e assimetria facial.

> Prognatismo: caracteriza-se pela presença do queixo muito pronunciado e perfil facial côncavo.

> Micrognatismo: caracteriza-se por um queixo pequeno e perfil facial    convexo.

> Mordida aberta: quando o paciente está de boca fechada, os dentes anteriores não estão em contato.

> Assimetria facial: existe um crescimento desigual da face desviando o queixo para um dos lados.